Parece que ha uma expectativa exagerada em torno do recebimento dos tais
28%. Se digitarmos “28% e militares” no Google receberemos mais de 80.000
resultados. Na verdade a expectativa maior deveria ser em relação a um reajuste
sério, ou pela mobilização da categoria em modificações sérias na legislação
para que haja mudanças na carga horária e permissões para acumular cargo de
professor, enfermeiro etc. em outras instituições.
Um 2º sargento que já recebeu na justiça o numerário disse que o valor
não chegou aos três mil reais, e, segundo especialistas no assunto, nada será
incorporado ao salário. É somente receber o atrasado e pronto.
Vimos aqui mesmo em http://sociedademilitar.com que: “Militares
beneficiados pela dívida também sofrerão descontos que podem zerar o índice a
ser incorporado ao soldo, mas os atrasados do período entre 1º de janeiro de
1993 e 29 de dezembro de 2000 estão garantidos a todos. Seguindo a lógica dos
pagamentos aos civis, reservistas e pensionistas terão direito a receber os
atrasados.” e “Mas os reajustes já concedidos devem ser compensados e o
percentual devido ficará limitado à data em que entrou em vigor a Medida
Provisória 2.131 (28 de dezembro de 2000), que reestruturou as
carreiras e a remuneração dos servidores militares.”
Pior é que o governo ainda sinaliza que poderá quitar a dívida em suaves
prestações, ou seja, esse dinheiro poderá ser implantado nos contracheques
como uma forma de atenuar as demandas que ainda existem por um verdadeiro
reajuste de salários. Os militares agüentariam mais alguns meses, depois do
"reajuste" a ser pago em março de 2013, recebendo 100 ou 200 reais a
mais em seus contracheques, e depois tudo voltaria a mesma coisa. Aliás, tudo
estaria pior por conta da galopante, contínua e devoradora inflação que até o
final do ano, segundo o Banco central, deverá passar de 5%, comendo mais R$ 200
reais mensais dos pequeninos soldos dos pobres militares das forças armadas
brasileiras.