Há
alguns dias o secretario de estado norte-americano criticou Nicolás
Maduro, ontem dois senadores apresentaram propostas de sanções à
Venezuela e o representante peruano na OEA deu declarações
aconselhando Maduro a recuar em relação à repressão violenta que
tem imposto aos manifestantes. Esses são claros sinai de que depois
da deposição do líder na Ucrânia as atenções poderão se voltar
para a questão Venezuelana.
No
início da semana os manifestantes de oposição pareciam ter
esmorecido um pouco, a repressão foi muito grande. Porém, na quinta
percebeu-se que chega um novo fôlego aos manifestantes, talvez as
notícias que chegam do exterior aticem a chama da liberdade. A
interação nas redes sociais voltou a subir (veja o gráfico). Sem
apoio da comunidade internacional, no mundo globalizado que hoje
vivemos, é praticamente impossível para qualquer força de oposição
conseguir um acordo com um governo como o da Venezuela. E é
trabalhando nisso que grande parte dos estudantes Venezuelanos -
quando não estão nas ruas - passa o tempo. Entre outras ações
virtuais, eles criam abaixo-assinados no site da Casa Branca dos EUA
e inserem comentários em grandes jornais de todo o planeta, tentando
atrair a atenção do mundo para as atrocidades cometidas em seu
país.
Hoje
pela manhã a maior revista europeia que trata sobre questões
políticas e econômicas, The economist, atendeu ao chamado
dos venezuelanos. A chamada de capa é: What´s gone wrong with
democracy.
Na
edição de hoje a editoria fez duras críticas à maneira como
Maduro conduz a crise em seu país. Segundo a revista o caminho
autoritário que o presidente tem escolhido não poderá salvar o seu
governo.
Segundo
The Economist a Venezuela vive dias difíceis, sob o jugo de
um governo que combina um mandato democrático com banditismo, e uma
oposição, agredida violentamente, que está cada vez mais
radicalizada. Embora alguns tentes traçar paralelos entre Ucrânia e
Venezuela a revista tenta afastar isso dizendo: Os paralelos entre
Venezuela e Ucrânia não são exatos: as fraturas na Venezuela são
amplamente baseadas em divisão de classes, na Ucrânia, em parte, a
geografia e história. Mas as duas crises são similares em uma
espiral de protesto e respostas violentas por parte do governo.
Anos
de má gestão da economia rica em petróleo, primeiro por Hugo
Chávez e, ultimamente, por Nicolás Maduro, seu sucessor, levaram o
país ao limite.A Venezuela está sentada sobre as maiores reservas
de petróleo do mundo, mas com sua politica e economia desorganizada
assusta o investimento externo necessário para explorá-los. Grande
parte de sua receita de petróleo tem sido sugada pela corrupção,
ou desviada para programas assistencialistas eleitoreiros e
insustentáveis, aliados do governo são subsidiados, especialmente
Cuba. O setor privado é tratado como se fosse uma força hostil.
Bens básicos, como óleo de cozinha e papel higiênico, são
escassos.
http://sociedademilitar.com.br
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