11 de março de 2014

Golpismo. Militares preparam legalização de partido próprio.

Golpismo. Militares preparam legalização de partido próprio.

É com esse título que novamente o Partido da Causa Operária tenta chamar a atenção para a mobilização política dos militares brasileiros. É bastante interessante comentar publicações de radicais de esquerda, principalmente quando se referem aos militares brasileiros, federais ou estaduais. Por incrível que pareça, a verdade é que esses partidos desejam a extinção das forças armadas e auxilares. 



Lembram daquele grupo que no final do ano passado invadiu um supermercado em Belo Horizonte? Os “militantes” que exigiram um “resgate” em cestas básicas para abandonar o local? Eles são membros do Movimento Luta nos Bairros, ligado ao Partido Comunista Revolucionário. Citamos o PCR aqui por que se trata de um exemplo clássico do que os comunistas pretendem fazer com as Forças Armadas. Como alguém muito sábio já disse, os partidos socialistas só diferem entre si na velocidade com que implementam sua filosofia. Já sei, alguém vai dizer que isso é um exagero, que não é verdade essa coisa de comunismo, não é mais tempo dessa discussão etc. Ok, então veja abaixo.



Extrato de um texto interno do PCR. Existe, em muitos companheiros e também no seio do povo, medo do exército burguês. Muitos acham impossível vencê-lo e veem o exército exatamente como a ditadura quer: como uma coisa que está acima de nós. Companheiros, antes de tudo, devemos pensar direitinho no que é o exército burguês. Esse exército (da burguesia) defende os interesses dos capitalistas, defende a propriedade privada (dos capitalistas) e oprime o povo contra qualquer revolta, pois nada temos para ser defendido pelo exército (da burguesia); apesar de a gente sempre ouvir dizer que o exército é o defensor da nação, O QUE VEMOS DE VERDADE É O EXÉRCITO DEFENDER OS INTERESSES DOS RICOS PARASITAS CONTRA O POVO TRABALHADOR.”

Veja agora um extrato do texto, intitulado O Trabalho entre as Forças Armadas da Burguesia, estudado e distribuído pela Internacional Comunista desde a década de 60 no Brasil no seio dos partidos comunistas. “As forças armadas da burguesia são a parte mais importante do organismo de Estado Burguês. Do grau de solidez das forças armadas da burguesia e de sua situação, depende, em larga medida, o grau de firmeza do aparato do Estado Burguês como um todo. Do grau de desintegração das forças armadas da burguesia dependerá, pois, em grande medida, a questão da derrubada da burguesia e do despedaçamento do Estado Burguês pelo proletariado revolucionário que se desenvolverá no momento de uma situação diretamente revolucionária, quando a direção revolucionária do proletariado será forçado a levantar a questão do esmagamento da classe dominante enquanto tarefa do dia.”

É notório que as forças armadas e auxiliares são um elemento dissuasivo, que muito amedronta e atrasa a implementação de medidas que jogariam nosso país no caos total. Como já ocorreu na Venezuela e em Cuba. Por isso percebe-se o ódio aparentemente gratuito contra militares em geral, das polícias estaduais ou das Forças Armadas. Esse ódio e mais demonstrado por aqueles que representam seu papel de extrema-esquerda. Mas, como dissemos, estão todos do mesmo lado.

Felizmente observa-se que, independente de todo o gigantesco esforço que se faça para diminuir a credibilidade das forças armadas frente à sociedade, o que tem se conseguido é somente aumentá-la. Diante do que fizeram nos anos 60 e da linha séria que os militares vêm mantendo desde então, é impossível para a sociedade esclarecida não perceber que os militares brasileiros estão a serviço do povo, e que continuam realizando suas tarefas da mesma maneira que no passado, sempre bem, a despeito das crescentes restrições orçamentárias. A recente atuação no combate ao crime no Rio de Janeiro e as obras no aeroporto de Guarulhos são um claro exemplo de que os soldados sempre cumprem a missão, de maneira rápida e com menor custo possível, diferente do que certamente aconteceria se as tarefas fossem colocadas nas mãos de outras instituições.

Tentar dissociar os militares da política é outro erro que comumente se comete. Militares são politizados sim, é obvio. Como não seriam? Afinal, conhecem o país como ninguém, conhecem os brasileiros como ninguém. Nos lugares mais inacessíveis do país, onde os políticos e seus assessores, com seus ternos de linho e implantes dentários milionários nunca ousarão pisar, os militares já estiveram. Nos rios mais fundos, ou mais rasos, nas águas mais turbulentas, claras ou barrentas, os militares já navegaram. Em meio à árvores gigantescas, ou em pistas de pouso totalmente esburacadas, seus aviões ou helicópteros já aterrizaram.

Sim, os militares conhecem mesmo o Brasil, e o Brasil conhece os militares. Todas as famílias do país possuem um filho, um primo que foi soldado, ou marinheiro. Há sempre alguém que conhece a seriedade e honestidade características das instituições militares. Podem até tentar, mas vai ser impossível destruir o status das forças armadas frente à sociedade.

Militares tem sim cheiro de povo. O efetivo das forças armadas é formado majoritariamente por filhos de trabalhadores. Engana-se redondamente quem diz que o oficialato é oriundo da elite brasileira. Basta um pouquinho de pesquisa para se atestar isso.

Na semana que passou estivemos, a convite, numa formatura de incorporação de soldados – conscritos - aqueles que têm a menor graduação possível dentro do Exército Brasileiro. Haviam passado apenas duas semanas aprendendo a marchar, não sabiam ainda nem o que significavam os toques de corneta. Mas era já visível o sentimento de patriotismo, o amor acentuado pelo Brasil, e pela missão que agora tinham. Parece que isso irradia dentro dos quartéis. Quando desfilaram na nossa frente notava-se, que já desde cedo são cultivados valores, como o orgulho em ostentar a farda verde oliva com a bandeira do Brasil no braço. Nas atitudes dos outros soldados, mais antigos apenas um ano, podia-se perceber a responsabilidade, a clara preocupação em fazer deles bons militares.

Nas faces das centenas de familiares que assistiam o evento, na praça Presidente Médici, podia-se notar a felicidade, o orgulho em ver seus filhos vestindo uma farda do Exército. O comandante disse poucas palavras: Vocês podem visitar os alojamentos, os banheiros e as instalações onde seus filhos vão passar os próximos meses... Aqui não temos luxo, as instalações são simples. Mas, cuidaremos de seus filhos... Elogiaremos quando acertarem e corrigiremos quando errarem, seremos justos com eles. Ao final do evento comemos um cachorro quente com refresco. Como estava saboroso aquele lanche que fizemos com os nossos filhos, com sabor de honestidade, seriedade, respeito pelo dinheiro público.

Naquele evento nenhum dos militares estava interessado em política, mas sem querer estavam fazendo política da melhor maneira possível. Aqueles jovens vão desenvolver um amor enorme pelo país em que vivem, vão jurar de bom grado que darão a vida em prol da nação, e se for necessário farão isso. O comandante, em seu discurso, não prometeu que daria prêmios para os soldados, ou que o salário ia aumentar. Ele simplesmente foi honesto, sucinto, e bem verdadeiro. Demonstrando que administra com seriedade aquilo que lhe é confiado. Só isso bastou para inspirar confiança e admiração por parte do público e de seus comandados.

Quase ia esquecendo que o texto é em resposta à acusação de golpismo, só porque os militares fundaram um partido. Pois é. Como disse, militares conhecem o Brasil, conhecem nossa sociedade. Tem a confiança da sociedade. Portanto, se têm esse direito, que fundem mesmo um partido, legalizem e se candidatem à tantos cargos quanto for possível. Eles já têm o meu voto. E não vão ser partidos políticos, grandes, pequenos ou microscópicos, temendo uma disputa realmente democrática, que vão impedir isso. Esse ano, assim como temos militares eleitores, teremos militares candidatos, da ativa e da reserva. Receberão uma votação expressiva, a sociedade somente aguarda seus nomes.

Ainda que se tente, agora ou mais tarde, destruir a prerrogativa que os militares têm de participar do processo político brasileiro, quando estes estiverem no congresso, e quem sabem no Palácio do Planalto, eleitos pelo povo que neles confia, farão o possível para garantir o direito que você possui de continuar escrevendo seus textos anti-democráticos.

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