Golpismo.
Militares preparam legalização de partido próprio.
É
com esse título que novamente o Partido da Causa Operária tenta
chamar a atenção para a mobilização política dos militares
brasileiros. É bastante interessante comentar publicações de
radicais de esquerda, principalmente quando se referem aos militares
brasileiros, federais ou estaduais. Por incrível que pareça, a verdade é que esses
partidos desejam a extinção das forças armadas e auxilares.
Lembram
daquele grupo que no final do ano passado invadiu um supermercado em
Belo Horizonte? Os “militantes” que exigiram um “resgate” em
cestas básicas para abandonar o local? Eles são membros do
Movimento Luta nos Bairros, ligado ao Partido Comunista
Revolucionário. Citamos o PCR aqui por que se trata de um exemplo
clássico do que os comunistas pretendem fazer com as Forças
Armadas. Como alguém muito sábio já disse, os partidos socialistas
só diferem entre si na velocidade com que implementam sua filosofia.
Já sei, alguém vai dizer que isso é um exagero, que não é
verdade essa coisa de comunismo, não é mais tempo dessa discussão
etc. Ok, então veja abaixo.
Extrato
de um texto interno do PCR.
“Existe,
em muitos companheiros e também no seio do povo, medo do exército
burguês. Muitos acham impossível vencê-lo e veem o exército
exatamente como a ditadura quer: como uma coisa que está acima de
nós. Companheiros, antes de tudo, devemos pensar direitinho no que é
o exército burguês. Esse exército (da burguesia) defende os
interesses dos capitalistas, defende a propriedade privada (dos
capitalistas) e oprime o povo contra qualquer revolta, pois nada
temos para ser defendido pelo exército (da burguesia); apesar de a
gente sempre ouvir dizer que o exército é o defensor da nação, O
QUE VEMOS DE VERDADE É O EXÉRCITO DEFENDER OS INTERESSES DOS RICOS
PARASITAS CONTRA O POVO TRABALHADOR.”
Veja
agora um extrato do texto, intitulado O
Trabalho entre as Forças Armadas da Burguesia, estudado e
distribuído pela Internacional Comunista desde a década de 60 no
Brasil no seio dos partidos comunistas.
“As
forças armadas da burguesia são a parte mais importante do
organismo de Estado Burguês. Do grau de solidez das forças armadas
da burguesia e de sua situação, depende, em larga medida, o grau de
firmeza do aparato do Estado Burguês como um todo. Do grau de
desintegração das forças armadas da burguesia dependerá, pois, em
grande medida, a questão da derrubada da burguesia e do
despedaçamento do Estado Burguês pelo proletariado revolucionário
que se desenvolverá no momento de uma situação diretamente
revolucionária, quando
a direção revolucionária do proletariado será forçado a levantar
a questão do esmagamento da classe dominante enquanto tarefa do
dia.”
É
notório que as forças armadas e auxiliares são um elemento dissuasivo, que
muito amedronta e atrasa a implementação de medidas que jogariam
nosso país no caos total. Como já ocorreu na Venezuela e em Cuba.
Por isso percebe-se o ódio aparentemente gratuito contra militares
em geral, das polícias estaduais ou das Forças Armadas. Esse ódio
e mais demonstrado por aqueles que representam seu papel de
extrema-esquerda. Mas, como dissemos, estão todos do mesmo lado.
Felizmente
observa-se que, independente de todo o gigantesco esforço que se
faça para diminuir a credibilidade das forças armadas frente à
sociedade, o que tem se conseguido é somente aumentá-la. Diante do
que fizeram nos anos 60 e da linha séria que os militares vêm
mantendo desde então, é impossível para a sociedade esclarecida
não perceber que os militares brasileiros estão a serviço do povo,
e que continuam realizando suas tarefas da mesma maneira que no
passado, sempre bem, a despeito das crescentes restrições orçamentárias. A recente atuação no combate ao crime no Rio
de Janeiro e as obras no aeroporto de Guarulhos são um claro exemplo
de que os soldados sempre cumprem a missão, de maneira rápida e com
menor custo possível, diferente do que certamente aconteceria se as
tarefas fossem colocadas nas mãos de outras instituições.
Tentar
dissociar os militares da política é outro erro que comumente se
comete. Militares são politizados sim, é obvio. Como não seriam?
Afinal, conhecem o país como ninguém, conhecem os brasileiros como
ninguém. Nos lugares mais inacessíveis do país, onde os políticos
e seus assessores, com seus ternos de linho e implantes dentários
milionários nunca ousarão pisar, os militares já estiveram. Nos
rios mais fundos, ou mais rasos, nas águas mais turbulentas, claras
ou barrentas, os militares já navegaram. Em meio à árvores
gigantescas, ou em pistas de pouso totalmente esburacadas, seus aviões ou helicópteros já aterrizaram.
Sim,
os militares conhecem mesmo o Brasil, e o Brasil conhece os militares. Todas as famílias do país possuem um filho, um primo que foi soldado, ou marinheiro. Há sempre
alguém que conhece a seriedade e honestidade características das
instituições militares. Podem até tentar, mas vai ser impossível destruir o status das forças armadas frente à sociedade.
Militares tem sim cheiro de povo. O efetivo das forças
armadas é formado majoritariamente por filhos de trabalhadores.
Engana-se redondamente quem diz que o oficialato é oriundo da elite
brasileira. Basta um pouquinho de pesquisa para se atestar isso.
Na
semana que passou estivemos, a convite, numa formatura de
incorporação de soldados – conscritos - aqueles que têm a menor
graduação possível dentro do Exército Brasileiro. Haviam passado
apenas duas semanas aprendendo a marchar, não sabiam ainda nem o que
significavam os toques de corneta. Mas era já visível o sentimento
de patriotismo, o amor acentuado pelo Brasil, e pela missão que
agora tinham. Parece que isso irradia dentro dos quartéis. Quando
desfilaram na nossa frente notava-se, que já desde cedo são cultivados valores, como o orgulho em ostentar a farda verde oliva com a bandeira do
Brasil no braço. Nas atitudes dos outros soldados,
mais antigos apenas um ano, podia-se perceber a responsabilidade, a clara preocupação
em fazer deles bons militares.
Nas
faces das centenas de familiares que assistiam o evento, na praça
Presidente Médici, podia-se notar a felicidade, o orgulho em ver seus
filhos vestindo uma farda do Exército. O comandante disse poucas palavras: Vocês
podem visitar os alojamentos, os banheiros e as instalações onde
seus filhos vão passar os próximos meses... Aqui não temos luxo,
as instalações são simples. Mas, cuidaremos de seus filhos...
Elogiaremos quando acertarem e corrigiremos quando errarem,
seremos justos com eles. Ao
final do evento comemos um cachorro quente com refresco. Como estava
saboroso aquele lanche que fizemos com os nossos filhos, com sabor de
honestidade, seriedade, respeito pelo dinheiro público.
Naquele
evento nenhum dos militares estava interessado em política, mas sem
querer estavam fazendo política da melhor maneira possível. Aqueles
jovens vão desenvolver um amor enorme pelo país em que vivem, vão
jurar de bom grado que darão a vida em prol da nação, e se for necessário farão isso. O
comandante, em seu discurso, não prometeu que daria prêmios para os soldados, ou que
o salário ia aumentar. Ele simplesmente foi honesto, sucinto, e bem
verdadeiro. Demonstrando que administra com seriedade aquilo que lhe
é confiado. Só isso bastou para inspirar confiança e admiração por parte do público e de seus
comandados.
Quase
ia esquecendo que o texto é em resposta à acusação de golpismo,
só porque os militares fundaram um partido. Pois é. Como disse,
militares conhecem o Brasil, conhecem nossa sociedade. Tem a
confiança da sociedade. Portanto, se têm esse direito, que fundem
mesmo um partido, legalizem e se candidatem à tantos cargos
quanto for possível. Eles já têm o meu voto. E não vão ser
partidos políticos, grandes, pequenos ou microscópicos, temendo uma disputa realmente democrática, que vão impedir isso. Esse ano,
assim como temos militares eleitores, teremos militares candidatos,
da ativa e da reserva. Receberão uma votação expressiva, a sociedade somente aguarda seus nomes.
Ainda
que se tente, agora ou mais tarde, destruir a prerrogativa que os
militares têm de participar do processo político brasileiro, quando
estes estiverem no congresso, e quem sabem no Palácio do Planalto,
eleitos pelo povo que neles confia, farão o possível para garantir
o direito que você possui de continuar escrevendo seus textos
anti-democráticos.
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