Bolsonaro
não precisa disso. Nós não precisamos disso.
O
Programa de entrevistas de Rafinha Bastos apresentado na noite de 09
de abril foi lamentável, um dos piores que já vimos na última
década. Rafinha, que saiu de outro programa por ter feito piadas de
gosto duvidoso e que afetavam a dignidade de outrem, parece que não
aprendeu a lição, e ainda não se mostra digno de estar a frente de
um programa em rede nacional. O entrevistado, talvez pelo desejo de
ajudar, resolveu descer ao mesmo nível do entrevistador, acabando
por cometer erros imperdoáveis. Começando por logo no início
entregar à Rafinha uma garrafa de cachaça chamada de “Cura
Veado”. Com essa abertura, Jair Bolsonaro deu permissão para que o
apresentador descesse aos mais baixos níveis possíveis, o tempo
gasto em frente da TV não serviu para que se acrescentasse um pingo
de informação útil às nossas mentes.
Rafinha
não se fez de rogado, e aproveitou mesmo a deixa. Sua primeira
frase, em agradecimento ao presente,foi: “... nós nem começamos
a entrevista e você já tá preocupado com meu rabo!”
Jair
Bolsonaro é, acima de qualquer questão, um dos maiores
representantes da parcela da sociedade que abomina o revisionismo
histórico que tem sido realizado com o patrocínio do atual governo.
Ele também tem se mostrado um audaz defensor dos direitos de livre
expressão do pensamento e é praticamente o único parlamentar de
destaque que tem enfrentado o governo e dito algumas verdades que
precisam mesmo ser ditas. Não é a toa que por muitos já é
apontado como eventual candidato ao Senado pelo estado do Rio de
Janeiro.
Rafinha
começa atacando Bolsonaro por conta de ter chamado uma repórter de
idiota. Bolsonaro tentou explicar a questão, mas sempre era
interrompido com uma nova pergunta – acusação. Nesse primeiro
momento, talvez a única coisa de importante tenha sido a repetição
da informação de que quem cassou Jango foi o Congresso, em 2 de
abril de 1964. Rafinha perguntou qual a opinião de Bolsonaro em
relação a tortura. O político respondeu que a tortura era uma arma
de guerra e que Dilma não foi torturada. “__Mentira dela', disse.
Jair
Bolsonaro disse ainda que o Ministro da Defesa é um cagão, porque
não foi na frente das tropas para a campanha de pacificação no rio
de Janeiro. Rafinha disse que Bolsonaro, junto com quem o apoia, quer
implantar o nazismo no Brasil. Rafinha disse que a Marcha da Família
no Rio foi um fracasso, Bolsonaro respondeu que as pessoas que foram
ao local foram por que amam ao Brasil, ninguém recebeu para ir.
Em
seguida surge uma discussão sobre a maconha. Rafinha admite então
que fuma maconha e seu auditório o aplaude. Rafinha diz ainda que o
próprio pai dele também fuma maconha. A declaração foi infeliz,
feita em rede nacional. A maconha, assim como outras drogas, além do
mau em si, tem causado mortes e assassinatos ligados ao tráfico da
substância.
“…
eu
fumei maconha a minha vida inteira e não fui para outras drogas.
Aliás, eu vou te falar que eu fumei maconha antes de te entrevistar.
E ainda te digo mais: eu fumo maconha com o meu pai.”
Uma
discussão de nível intelectual bem baixo começou, sobre gays.
Rafinha disse que os gays são as pessoas mais bem educadas do mundo,
e que conhece milhares (sic) de pessoas que compram roupas brancas
para os recém-nascidos, esperando que eles mesmos definam seu sexo
com o passar do tempo.
Eu
não conheço ninguém que faz isso. Você conhece?
Bolsonaro
“discorreu” sobre o PLC 122 e sobre o delito de opinião que
pretende-se criar. Pela primeira vez Rafinha falou alguma coisa que
prestou, ele disse que concorda com Jair Bolsonaro, depois disso mais
uma série de discussões sobre “rabo”.
Já
estivemos em vários eventos em que Bolsonaro estava presente, entre
eles a marcha da família no Rio, e atestamos o seu caráter, que
inclusive é atestado pelos próprios inimigos. Se houvesse algo
contra ele isso já teria sido divulgado e explorado ao máximo.
Ocorre que o nível da nossa mídia está realmente baixíssimo,
Por
outro lado, o público que aplaude as batalhas travadas pelo deputado
em questão é composto por pessoas de altíssimo nível, pessoas que
amam realmente a família e o conhecimento. Pessoas que estudaram o
passado do Brasil, estudam o presente e atestaram que atualmente há
muita coisa que precisa ser mudada, por isso ele foi eleito um de
seus representantes.
Aqueles
que aguardaram até tarde porque acreditavam que seu representante
defenderia as posições com as quais comungam, se decepcionaram
bastante. Jair Bolsonaro definitivamente não precisa descer ao mesmo
nível em que estão apresentadores desse tipo, nem ele nem o seu
público merecem isso.
Gilberto
K.Lamoinier.
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