9 de abril de 2014

Bolsonaro não precisa disso. Nós não precisamos disso.

Bolsonaro não precisa disso. Nós não precisamos disso.

O Programa de entrevistas de Rafinha Bastos apresentado na noite de 09 de abril foi lamentável, um dos piores que já vimos na última década. Rafinha, que saiu de outro programa por ter feito piadas de gosto duvidoso e que afetavam a dignidade de outrem, parece que não aprendeu a lição, e ainda não se mostra digno de estar a frente de um programa em rede nacional. O entrevistado, talvez pelo desejo de ajudar, resolveu descer ao mesmo nível do entrevistador, acabando por cometer erros imperdoáveis. Começando por logo no início entregar à Rafinha uma garrafa de cachaça chamada de “Cura Veado”. Com essa abertura, Jair Bolsonaro deu permissão para que o apresentador descesse aos mais baixos níveis possíveis, o tempo gasto em frente da TV não serviu para que se acrescentasse um pingo de informação útil às nossas mentes.

Rafinha não se fez de rogado, e aproveitou mesmo a deixa. Sua primeira frase, em agradecimento ao presente,foi: “... nós nem começamos a entrevista e você já tá preocupado com meu rabo!

Jair Bolsonaro é, acima de qualquer questão, um dos maiores representantes da parcela da sociedade que abomina o revisionismo histórico que tem sido realizado com o patrocínio do atual governo. Ele também tem se mostrado um audaz defensor dos direitos de livre expressão do pensamento e é praticamente o único parlamentar de destaque que tem enfrentado o governo e dito algumas verdades que precisam mesmo ser ditas. Não é a toa que por muitos já é apontado como eventual candidato ao Senado pelo estado do Rio de Janeiro.

Rafinha começa atacando Bolsonaro por conta de ter chamado uma repórter de idiota. Bolsonaro tentou explicar a questão, mas sempre era interrompido com uma nova pergunta – acusação. Nesse primeiro momento, talvez a única coisa de importante tenha sido a repetição da informação de que quem cassou Jango foi o Congresso, em 2 de abril de 1964. Rafinha perguntou qual a opinião de Bolsonaro em relação a tortura. O político respondeu que a tortura era uma arma de guerra e que Dilma não foi torturada. “__Mentira dela', disse.

Jair Bolsonaro disse ainda que o Ministro da Defesa é um cagão, porque não foi na frente das tropas para a campanha de pacificação no rio de Janeiro. Rafinha disse que Bolsonaro, junto com quem o apoia, quer implantar o nazismo no Brasil. Rafinha disse que a Marcha da Família no Rio foi um fracasso, Bolsonaro respondeu que as pessoas que foram ao local foram por que amam ao Brasil, ninguém recebeu para ir.

Em seguida surge uma discussão sobre a maconha. Rafinha admite então que fuma maconha e seu auditório o aplaude. Rafinha diz ainda que o próprio pai dele também fuma maconha. A declaração foi infeliz, feita em rede nacional. A maconha, assim como outras drogas, além do mau em si, tem causado mortes e assassinatos ligados ao tráfico da substância.

“… eu fumei maconha a minha vida inteira e não fui para outras drogas. Aliás, eu vou te falar que eu fumei maconha antes de te entrevistar. E ainda te digo mais: eu fumo maconha com o meu pai.”

Uma discussão de nível intelectual bem baixo começou, sobre gays. Rafinha disse que os gays são as pessoas mais bem educadas do mundo, e que conhece milhares (sic) de pessoas que compram roupas brancas para os recém-nascidos, esperando que eles mesmos definam seu sexo com o passar do tempo.
Eu não conheço ninguém que faz isso. Você conhece?

Bolsonaro “discorreu” sobre o PLC 122 e sobre o delito de opinião que pretende-se criar. Pela primeira vez Rafinha falou alguma coisa que prestou, ele disse que concorda com Jair Bolsonaro, depois disso mais uma série de discussões sobre “rabo”.

Já estivemos em vários eventos em que Bolsonaro estava presente, entre eles a marcha da família no Rio, e atestamos o seu caráter, que inclusive é atestado pelos próprios inimigos. Se houvesse algo contra ele isso já teria sido divulgado e explorado ao máximo. Ocorre que o nível da nossa mídia está realmente baixíssimo,

Por outro lado, o público que aplaude as batalhas travadas pelo deputado em questão é composto por pessoas de altíssimo nível, pessoas que amam realmente a família e o conhecimento. Pessoas que estudaram o passado do Brasil, estudam o presente e atestaram que atualmente há muita coisa que precisa ser mudada, por isso ele foi eleito um de seus representantes.

Aqueles que aguardaram até tarde porque acreditavam que seu representante defenderia as posições com as quais comungam, se decepcionaram bastante. Jair Bolsonaro definitivamente não precisa descer ao mesmo nível em que estão apresentadores desse tipo, nem ele nem o seu público merecem isso.

Gilberto K.Lamoinier.



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