Dentro ainda da lista de
escândalos que afloram todos os dias depois das denuncias de que uma ONG
espírita, responsável pelo cadastramento em programas sociais, pagava “mesada” de
R$ 74 mil para o deputado federal Rodrigo Bethelem, do PMDB, surge um que ainda
foi pouco explorado pela mídia carioca. Cumpre questionar o motivo de uma ONG
espírita ser contratada para um serviço de tal importância. Programas sociais,
se administrados incorretamente, podem ser utilizados para diversos fins,
inclusive eleitoreiros.
Uma empresa foi contratada para administrar
a TV da Câmara. Se chama SCMM. O contrato foi de 10 milhões de reais. Foi celebrado
em maio de 2010 pelo presidente da Câmara, vereador Jorge Felipe (PMDB), que é ex-sogro
de Rodrigo Bethlem. A empresa doou R$ 50 mil pra a campanha de Rodrigo Bethlem
apenas dois meses depois do contrato ser assinado.
Durante a vigência do contrato a
empresa mudou de diretoria, passou a ser gerida pela Locanty, mas o contrato
com a câmara foi mantido. Nessa terça (06/08) jornais cariocas informaram que a
SCMM recebeu uma transferência financeira no valor de R$ 84 mil da ONG Tesloo, citada
no inicio desse texto, que prestava serviços para a Secretaria Municipal de
Assistência social para cadastramento em programas sociais, a ONG é acusada de
pagar a tal mesada, de R$ 74 mil para o deputado Bethlem.
Depois de algum tempo o contrato
foi rescindido com a empresa, mas curiosamente uma das administradoras da nova
empresa contratada, chamada SPACE, fazia parte da SCMM. Ou seja, há indícios de
que tudo permanece nas mesmas mãos, apenas com nomes de firmas diferentes.
A mesma empresa venceu outra licitação na Câmara para desratização do
ambiente. O valor deste contrato foi de R$ 4,5 milhões (Isso mesmo, 4,5
milhões) e o prazo para execução do serviço foi de 180 dias a contar de
1/06/2014.
Vamos especular um pouco. Já que
o dinheiro é proveniente de nossos impostos será interessante ver a lógica
desses contratos, muitas vezes esdrúxulos. Se a Câmara Municipal tiver 50 ratos
para cada um dos 51 vereadores o número de roedores chegará a 2.550. Contudo,
uma infestação desse tamanho é muito improvável. Mas, mesmo assim façamos a
conta. Se o objeto principal do contrato é a realmente a desratização, conforme
diz o jornal O Globo de 07/08, ao valor de R$ 4.499.272,86 a morte de cada rato,
na proporção colocada acima, custará aos bolsos dos cariocas a quantia de R$ 1.764,42.
Em 2012 o Ministério da Justiça
contratou uma empresa para realizar serviços similares aos realizados na Câmara
do Rio de Janeiro. A higienização e desratização foi realizada em 11 edifícios
e quartéis da Força Nacional, o valor estipulado foi de pouco mais de R$ 80
mil. Veja extrato do contrato, ao lado. Ou no link:
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