9 de agosto de 2014

Ratos valem muito na Câmara do Rio de Janeiro. Ratos mesmo.


Dentro ainda da lista de escândalos que afloram todos os dias depois das denuncias de que uma ONG espírita, responsável pelo cadastramento em programas sociais, pagava “mesada” de R$ 74 mil para o deputado federal Rodrigo Bethelem, do PMDB, surge um que ainda foi pouco explorado pela mídia carioca. Cumpre questionar o motivo de uma ONG espírita ser contratada para um serviço de tal importância. Programas sociais, se administrados incorretamente, podem ser utilizados para diversos fins, inclusive eleitoreiros.
Uma empresa foi contratada para administrar a TV da Câmara. Se chama SCMM. O contrato foi de 10 milhões de reais. Foi celebrado em maio de 2010 pelo presidente da Câmara, vereador Jorge Felipe (PMDB), que é ex-sogro de Rodrigo Bethlem. A empresa doou R$ 50 mil pra a campanha de Rodrigo Bethlem apenas dois meses depois do contrato ser assinado.

Durante a vigência do contrato a empresa mudou de diretoria, passou a ser gerida pela Locanty, mas o contrato com a câmara foi mantido. Nessa terça (06/08) jornais cariocas informaram que a SCMM recebeu uma transferência financeira no valor de R$ 84 mil da ONG Tesloo, citada no inicio desse texto, que prestava serviços para a Secretaria Municipal de Assistência social para cadastramento em programas sociais, a ONG é acusada de pagar a tal mesada, de R$ 74 mil para o deputado Bethlem.

Depois de algum tempo o contrato foi rescindido com a empresa, mas curiosamente uma das administradoras da nova empresa contratada, chamada SPACE, fazia parte da SCMM. Ou seja, há indícios de que tudo permanece nas mesmas mãos, apenas com nomes de firmas diferentes.
A mesma empresa venceu  outra licitação na Câmara para desratização do ambiente. O valor deste contrato foi de R$ 4,5 milhões (Isso mesmo, 4,5 milhões) e o prazo para execução do serviço foi de 180 dias a contar de 1/06/2014.

Vamos especular um pouco. Já que o dinheiro é proveniente de nossos impostos será interessante ver a lógica desses contratos, muitas vezes esdrúxulos. Se a Câmara Municipal tiver 50 ratos para cada um dos 51 vereadores o número de roedores chegará a 2.550. Contudo, uma infestação desse tamanho é muito improvável. Mas, mesmo assim façamos a conta. Se o objeto principal do contrato é a realmente a desratização, conforme diz o jornal O Globo de 07/08, ao valor de R$ 4.499.272,86 a morte de cada rato, na proporção colocada acima, custará aos bolsos dos cariocas a quantia de R$ 1.764,42.

Em 2012 o Ministério da Justiça contratou uma empresa para realizar serviços similares aos realizados na Câmara do Rio de Janeiro. A higienização e desratização foi realizada em 11 edifícios e quartéis da Força Nacional, o valor estipulado foi de pouco mais de R$ 80 mil. Veja extrato do contrato, ao lado. Ou no link:

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