Em comum com o Brasil: O partido no poder se chamava partido PT (Pheu Thai). A chefe de governo era uma
mulher que governava sob orientação de um ex-governante, considerado uma
espécie de símbolo do partido. Acusações de corrupção e favorecimentos deram
forneciam combustível à crise política.
Muitos oposicionistas do Brasil tem
justificado seus pedidos de intervenção militar com base no que aconteceu
recentemente na Tailândia. É verdade que há similaridades. Vejamos o que
ocorreu por lá, de forma simplificada, é claro:
A princípio observa-se que a Primeira Ministra
da Tailândia, que a imprensa alardeia que foi afastada pelo “golpe militar”, na
verdade foi condenada na justiça comum e demitida do cargo. Os militares
aguardaram até 22 de maio, depois que todas as possibilidades legais fossem
esgotadas.
Os militares suspenderam a
Constituição e apresentaram o seu roteiro para retirar a Tailândia da crise
política generalizada. Logo após a intervenção, anunciaram que pelo menos 155
políticos estão proibidos de deixar o país, entre eles a ex- Primeira Ministra Yingluck
Shinawatra. Por uma infeliz coincidência o partido deposto na Tailândia era o
Partido Pheu Thai, que pode ser abreviado por PT, ou PPT. O partido é
majoritariamente apoiado pela população mais humilde.
Desde 1930 as Forças Armadas da Tailândia
atentaram pelo menos 18 vezes contra os governos constituídos.
Em 2013 cem mil pessoas foram as
ruas. Diferente do que ocorreu aqui, a sociedade se manifestou especificamente
contra o governo. Na época os jornais destacavam também que, a massa nas ruas
era heterogênea, sendo que parte significativa dos manifestantes era formada por pessoas com
mais de 40 anos.
Uma das frases gritadas era: “Eles têm que se ir embora, Não quero mais a
família Shinawatra aqui. Têm que deixar o país”
Shinawatra é o sobrenome da
ministra deposta e de seu irmão exilado, que ainda tem o controle do PPT.
Algum tempo depois do início das
manifestações populares, o principal partido de oposição se uniu aos manifestantes.
"A primeira-ministra não tem o
direito de presidir negociações, já que ela é o centro dos problemas. A
primeira-ministra deve renunciar para que a sociedade encontre uma solução para
o país", declarou o líder da oposição em novembro de 2013.
A crise se agravou depois que a
Primeira Ministra Yingluck Shinawatra, deposta foi acusada de governar sob as
ordens de seu irmão Thaksin Shinawatra, condenado por corrupção a dois anos de
prisão, e atualmente foragido do país. Mas
que permanece ainda como uma espécie de ícone do partido. A chefe de governo
tentou também impor uma anistia a todos os políticos condenados ou afastados
por ações militares em anos anteriores.
A Primeira Ministra foi LEGALMENTE
julgada e condenada por nomear um cunhado, também ligado ao SEU IRMÃO foragido.
Foram também condenados e demitidos outros 9 ministros. Após a condenação a
crise política aumentou, manifestações e embates se agigantaram nas ruas. As
forças armadas decretaram toque de recolher e dois dias depois assumiram o
controle do país.
Portanto, a ação MILITAR não veio do nada, não caiu do céu. A população foi para as ruas e forçou a
adoção de medidas legais, como o julgamento da líder governista. Os militares aguardaram até que todas as
possibilidades legais fossem esgotadas. Por ultimo, o exército chegou a
convocar representantes dos partidos, na tentativa de promover uma re-conciliação,
mas isso não deu certo.
Robson A.D.Silva – Cientista Social
– Revista Sociedade Militar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário