MILITARES das Forças Armadas podem ter ASSOCIAÇÕES que os
representarão em negociações salariais e outras questões. PEC 443/14 pode
incluir categoria.
Artigo publicado na Revista Sociedade Militar na semana
passada chama a atenção de parlamentares e representantes dos militares das
Forças Armadas para a necessidade de incluir as Forças Armadas na PEC (Proposta
de Emenda Constitucional) que tramita discretamente no CONGRESSO NACIONAL. A
proposta legaliza as
ASSOCIAÇÕES de militares, dando-lhes o direito de
legalmente representar os associados em todas as questões de interesse da
TROPA.
A senhora Kelma Costa, presidente da UNIFAX, junto com
outros líderes, como o Senhor Genivaldo (AMARP-FA) e Jair (APRAFA), questionou
o Deputado Suboficial GONZAGA sobre a possibilidade dos militares das Forças
Armadas serem incluídos no projeto. O deputado se mostrou favorável à referida
inclusão, desde que as associações demonstrem interesse em participar das
negociações e elaboração do texto para a inclusão no corpo da PEC.
Associações que desejarem participar e influir na elaboração podem enviar e-mail diretamente para Kelam Costa ou para a editoria dessa revista ONLINE – socmilitar@gmail.com / comercial@sociedademilitar.com.br
Por que Isso é MUITO IMPORTANTE?
Militares NÃO PODEM, por força de lei, se sindicalizar,
deputados federais NÃO PODEM, por força do Art.61 da Constituição, propor
reajustes de salários, com isso a tropa fica “nas mãos” do Executivo, que tem
EXCLUSIVIDADE para estipular os índices e prazos para concessão dos reajustes
de salários e eventuais atualizações nos regulamentos.
Se a PEC 443 incluir os militares federais, o governo
federal, por força da LEI, será obrigado a receber as associações para a
negociação de TODAS as questões de interesse dos MILITARES das Forças Armadas.
Veja o artigo anterior.
Militares das Forças Armadas deixados DE FORA
do projeto que permite representação de militares por meio de associações.
Cientista Social diz que decisão é um equívoco e que vai contra o
princípio da igualdade.
Na semana passada policiais e bombeiros de todo o país
comemoraram a aprovação da PEC 443/14 pela Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara. O projeto modifica a Constituição federal de 1988, dando aos
policiais militares e bombeiros a possibilidade de ser representados em
negociações salariais, planos de carreira e outras questões, por associações
devidamente legalizadas.
O autor da proposta, Deputado SubOficial Gonzaga, disse
que: “Nos últimos 20 anos, inúmeras associações de policiais e bombeiros
militares se constituíram e foram legitimadas por seus associados para
exercerem sua representação perante os poderes constituídos”, disse o autor da
proposta. “Contudo, se veem na maioria das vezes, alijadas pelo Estado e, em
especial, pelos respectivos comandantes, dos processos de negociação”,
complementou.
“A Constituição deve ser aperfeiçoada para sanar esta
injustiça reconhecendo o papel das suas associações na sua função de
representar os interesses desses trabalhadores, assim como já reconheceu de
todos os demais”, defendeu Gonzaga.
Ao longo dos últimos anos os militares estaduais forçaram
mesmo a barra, corajosamente foram para as ruas e exigiram seus diretos. Isso
partiu em grande parte dos subalternos, categorias mais alijadas dos altos
cargos e das possibilidades de nomeações políticas para cargos de assessoria e
de comando. Nessa grande empreitada, os militares de vários estados, de forma
natural se uniram e criaram associações, se fazendo representar pelas mesmas.
Nas lutas por melhores salários e condições de trabalho muitos militares foram
punidos por suas corporações. Contudo, recentemente o Congresso Nacional
oficializou uma anistia ampla, que abarcou militares de vários estados.
Com a ação do Legislativo federal, alem do
benefício da anistia em si, que anula punições feitas com amparo em
regulamentos militares e no próprio Código Penal Militar, o Congresso endossa a
tese que diz que os regulamentos estão desatualizados e devem ser modernizados.
No Rio de janeiro e em vários estados há propostas
apresentadas para a modificação dos regulamentos que regulam o quotidiano dos
militares.
Fato interessante. Os regulamentos das forças auxiliares
derivaram dos regulamentos das Forças Armadas, o que seria de se esperar é que
a modernização partisse das instituições federais. Contudo, não é isso que está
acontecendo. Os militares federais tiveram ao longo dos últimos anos maior
dificuldade para se fazer representar no legislativo federal, e isso fez com
que as forças auxiliares tivessem maior representatividade. Há várias propostas
direcionadas para a modernização de regulamentos, jornada de trabalho e outros
assuntos relacionados a policiais e bombeiros. No que diz respeito às Forças
Armadas, pouca produção legislativa se percebe.
Poucos militares acreditam que oficiais generais, ou
coronéis, no caso de militares estaduais, principalmente por conta das
promoções “políticas” e a consequente ligação com o poder executivo, têm força
para discutir questões como salário e planos de carreira. Esse é um dos motivos
que faz com que acredite-se que é indispensável que associações tenham seu
poder de negociação legalmente reconhecido.
Há impedimentos sérios e poucos mencionados que precisam
ser tratados com interesse pelas autoridades. Atualmente nenhum deputado tem
poder para apresentar propostas de reajustes salariais para as Forças Armadas,
isso faz com que os militares federais na verdade sejam sub-representados pelos
políticos.
Por força do artigo 61 da Constituição essas propostas só podem partir do Executivo. Propostas relacionadas a planos de carreira estão também vedadas..
Por força do artigo 61 da Constituição essas propostas só podem partir do Executivo. Propostas relacionadas a planos de carreira estão também vedadas..
Acreditamos que um primeiro passo
para aumentar as condições de trabalho e salariais dos militares das Forças
Armadas, e inclusive possibilitar a discussão do que acima foi mencionado,
seria sua inclusão na PEC 443/14.
Os militares federais atualmente
não tem associações realmente regulamentadas, que poderiam apresentar de forma
oficial suas demandas. Uma associação, a APEB, chegou a ser dissolvida pela
justiça por orientar militares em questões jurídicas. Seus líderes foram
acusados de sindicalização militar.
A alteração proposta da CF1988,
voltada somente para militares estaduais, é a seguinte:
Art. 1º O art. 42 da
Constituição Federal passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo:
“Art. 42
……………………………………………………………………………………. § 3º Aplicam-se aos militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios, organizados na forma de associação para a
representação da categoria profissional, o caput do art. 8º e seus incisos III
e VI e a alínea “c” do inciso VI do art. 150.” (NR)
Justificativa dada
pelo autor da proposta: … “A Constituição Brasileira deve, pois, ser
aperfeiçoada, para sanar esta injustiça para com os trabalhadores Policiais e
Bombeiros Militares brasileiros que colocam suas vidas em risco quando exercem
suas responsabilidades funcionais com o enfrentamento diário de toda sorte de
violência e criminalidade.”
A Constituição Federal diz: … Art.
5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…
“
Se TODOS os
brasileiros são iguais, e se a Comissão de Constituição e Justiça acredita que
a Constituição pode e deve ser aperfeiçoada, conforme expresso na justificativa
do projeto, é justo acreditar que os MILITARES das Forças Armadas devem ser
incluídos na proposta.
Pergunto: Por que militares estaduais
podem ser representados por associações e militares federais não podem?
Obviamente não haverá resposta coerente.
Então, senhores legisladores, que
o texto seja modificado. Acrescente-se a permissão para que TODOS os
militares possam ser representados por associações.
“Art. 142 …… § 4º
Aplicam-se aos MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS, organizados na forma de associação para a representação da
categoria profissional, o caput do art. 8º e seus incisos III e VI e a alínea
“c” do inciso VI do art. 150.” (NR)
Aos militares cabe questionar os
legisladores sobre os motivos de tal cerceamento e instá-los para que incluam
os militares federais na referida PEC.
Esse texto foi
publicado inicialmente em Revista Verde e Amarelo, de Autoria de Robson
A.DSilva
Revista Sociedade
Militar.
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