14 de agosto de 2011

A polícia "secreta". Sobre os serviços de informação.

A polícia secreta - Sou de uma corrente ideológica – mesmo que ainda minoritária – dentro da nossa caserna, na qual a Segunda Seção, a que conhecemos com o nome de P2, como existe, deveria já ter acabado há muito.

Quem conhece o modo de atuar desta polícia "secreta", sabe o quanto de ilegalidade são cometidas. Sob o intuito da execução do serviço, prisões ilegais, pequenos furtos, flagrantes "armados", apropriação indébita de bens e valores oriundos do tráfico, escutas ilegais, horários diferenciados de serviço flexíveis em relação à tropa convencional são arbitrariamente cometidos  e são apenas pequenos exemplos que vem a ilustrar os argumentos desta postagem.
Os abusos de cada dia não justificam esta polícia – paga pelo Estado – pelo pretexto de investigar de forma velada, mas que em prática funciona principalmente para atentar contra os próprios colegas de corporação: polícia versus polícia. Veja a quantidade de escutas ilegais são feitas ao bel prazer, por "determinação" dos superiores. Quem nunca percebeu seu aparelho celular "chiando" ao fazer alguma chamada, assim como "ecos" durante a fala ou um estalo após o primeiro tom?
O exemplo clássico, a título de ilustração, foi o ocorrido na Avenida Brasil, Bairro do Poço, no ano de 2010. O Tenente André Silva ("mais uma" do "DIAZEPAN"), juntamente com sua equipe, após receber o informe de um "a favor", invadiu uma residência, sem mandado judicial e durante à noite, nela adentrou junto com policiais da Segunda Seção e efetuou lá dentro disparos de arma de fogo que vieram a atingir uma moradora da casa, na perna.
Ate ai, poderia haver até uma justificativa plausível. A casa foi revirada ao extremo, e nada de irregular foi encontrado. Mas, e agora? Como legalizar aquela invasão? Alguém, longe da inocência que nos permeia, poderia dizer: usem o "kit". Mas o que viria a ser isso?
Hipocrisia a parte o "Kit", nada mais é, em tradução grosseira, de: drogas e armas apreendidas e não apresentadas, que são guardadas pelos superiores em uma pequena sacola (que fica na viatura onde o oficial se encontra). Apelida de carinhosamente como o "kit salva". Se você invade uma residência e nada encontra dentro daquela, aquela circunstância do local pode ser alterada, a depender da gravidade da ocorrência, levando aquela polícia secreta a apresentar a ocorrência "arredondada".  O ambiente antes desfavorável, torna-se "profícuo".
Para não aguçar a polêmica, alguns comportam-se como verdadeiros ladrões comuns, valendo-se das circunstâncias para subtrair, além de objetos, valores em dinheiro que financiam o serviço, mas que realmente patrocinam verdadeiras "cachaçadas" e "farras".
Existem os que trabalham de forma correta, mas em geral, em todas as unidades em que existe este "serviço usurpado" das reais funções da Polícia Civil, a prática é a mesma. Invadem, furtam, forjam e "arredondam". E ai daqueles que não compactuam com esta forma de agir, são perseguidos e sumariamente transferidos para os piores lugares que existem dentro da nossa estrutura. E em seu lugar, colocam pessoas mais modernas, com mais "estomago para a coisa".
E olha que estou sendo "legal" e "bonzinho", e preservando a imagem de alguns companheiros que servem nesta "policia secreta" (atualmente deslocada das unidades e concentrada no CPC). Porque se eu fosse falar tudo que eu sei...

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