Luzardo
diz: “o Alto
Comando das FFAA perdeu o poder de negociar junto ao Executivo “ Série
Conheça seus CANDIDATOS - Entrevista com IVONE LUZARDO.
Em meio a uma árdua campanha, a Candidata Ivone
Luzardo nos cedeu um pouco de seu tempo e responde alguns questionamentos
relevantes e de grande interesse não só para a família militar brasileira.
Revista Sociedade militar - Candidata Ivone, é
sabido que a senhora organizou e participou ativamente de um grande número de
movimentos em prol dos salários dos militares. Alguns desses repercutiram
bastante, como o que ocorreu em Copacabana. De todos esses atos, alguns
maiores, outros menores, há algum que a senhora consideraria como MEMORÁVEL?
Pode dizer por quê?
Ivone Luzardo – Antes de tudo, gostaria de
agradecer a oportunidade nesta que vem se tornando a mídia mais expressiva no
que diz respeito aos assuntos de interesses dos militares. Tentarei ser objetiva
a fim de tornar a tarefa do leitor a mais agradável possível.
O panelaço memorável certamente aconteceu
em 2005, quando estávamos acampadas na Esplanada dos Ministérios há quase dois
meses e o governo Lula sempre negando nossa ínfima reposição salarial. Todas as
mulheres entraram em um ônibus que veio de Anápolis para participar do PANELAÇO
DA BATALHA NAVAL DO RIACHUELO. Pela manhã, protestamos em frente ao Grupamento
dos Fuzileiros Navais e após o almoço invadimos o Palácio do Planalto. Fizemos
um “Cavalo de Tróia”. Entramos com um ônibus cheio de mulheres. Pegamos os
seguranças desprevenidos. Só ouvimos quando um deles gritou: “Socorro!!! As
mulheres dos militares invadiram o Planalto!!!” Foi um alvoroço muito grande. Nenhum
deles conseguiu nos conter. Lembro quando a Goretti, conselheira fiscal da
UNEMFA, pegou uma panela e encheu com a água suja do espelho d’água existente
no Palácio do Planalto,molhando os seguranças que tentavam nos impedir. Foi
nesse dia que se abriu, pela primeira vez, a faixa do IMPEACHMENT endereçada ao
Lula e seus mensaleiros. Estávamos profundamente indignadas por estarmos
acampadas por mais de dois meses, reivindicando reposição salarial para nossos
maridos e osjornais noticiando o governo Lula distribuindo “mensalão”. Acabamos
por impedir, também, a troca da bandeira.Não deixamos a solenidade acontecer!!!
Importa ressaltar que esse acampamento, com duração
aproximada de 70 dias na frente do Congresso Nacional, foi o movimento que
trouxe maiores reflexos para a nossa classe. Posso dizer que o aumento de 2005
foi sensibilizado pela atuação daquelas famílias que ficaram, junto comigo, em
condições hostis, por todo aquele tempo. Aquele movimento teve repercussão nacional
e internacional. Foi difícil, mas necessário. Pioneiro nesse tipo de
manifestação, acabou sendo imitado por outras classes. Já faz quase dez anos.
Quando me lembro destes momentos, me inspiro para continuar o que sempre fiz
para deferir justiça a quem só tem deveres e muitos os direitos negados –
nossos heróis militares. Quem conhece minha história, e não estória, sabe que
não estou nessa como oportunista, o que nos remete a ficarmos mais atentos
quanto à qualidade de alguns candidatos que surgem nesta época. Não suporto ver
os militares enganados!
Revista Sociedade militar – Candidata Ivone
Luzardo, nos últimos meses a senhora esteve presente em várias reuniões
realizadas entre a família militar e membros do Ministério da Defesa. Em uma
dessas reuniões o senhor Ari, alto funcionário do Ministério da Defesa, disse
que iria ao Planejamento e que após isso a família militar receberia respostas
concretas sobre várias questões colocadas. Lembramos que na citada reunião a
senhora chegou a dizer que havia militares no limite. Suas palavras, entre
outras, foram: "A que ponto deixaram chegar os militares. Se isso não é
revanchismo é o que?". Poucos dias depois a senhora postou um
vídeo em que cobrava do Ministério da Defesa as respostas prometidas. Questão:
A família militar, ou pelo menos os líderes ali presentes, receberam alguma
resposta?
Ivone Luzardo – Veja (risos), quando aquele
pessoal me vê parece que vão ter um problema de saúde. Objetivamente,
sim! Contudo, a resposta só veio porque fui atrás do Sr Ari Matos, no dia
30 de abril de 2014, para ter uma posição. Mas o que me irritou profundamente
neste contexto foi que o MD teve mais de quatro anos para articular e deixou
pra fazê-lo no último momento, quando não havia mais tempo hábil. É sempre
assim. Mas eles não perdem por esperar. A resposta virá nas urnas contra esse
governo revanchista. O principal assunto na mesa foi pagamento da diferença
remuneratória dos 28,86%. Depois de uma verdadeira via crucis foi
enviado para o Ministério do Planejamento uma solicitação para inclusão do
referido pagamento aos militares em 2015. Não contente, fui atrás da Ministra
Miriam Belchior (MPOG) que me deu a notícia de que a LOA 2015 já estava
fechada. Em outras palavras, os militares ficarão mais um ano a ver navios. Se
não retomarmos os trabalhos, ano que vem, ficaremos mais outro ano e mais outro
.... Olha, aquele pessoal (cargos de indicação do PT) não tem interesse
nem profissionalismo (atributos tipicamente militares) para resolver nossas
questões. Nem querem! Só no Ministério da Defesa esse assunto ficou parado por
vários anos. Enrolação mesmo! Vejam, é extremamente necessário pressionar
politicamente nossos interesses. Já tomei muito chá de cadeira e não na cara
para ter um simples acesso às autoridades. Agora, como Deputada, a coisa ficará
diferente. Vocês percebem como nós, militares, temos que ter representantes?
Como simples presidente de associação já os deixei de cabelo em pé, imaginem
depois?
Revista Sociedade militar – Candidata, no nosso ponto de vista
os dois últimos anos foram incomuns. A família militar parece que está cada vez
mais politizada. Entre alguns momentos memoráveis, citamos: O grande abaixo
assinado encabeçado pelos sites Montedo, Sociedade Militar e Portal Militar,
que reuniu algumas centenas de milhares de assinaturas no site do Senado e
repercutiu na grande mídia, a Genial Manifestação em Copacabana, encabeçada
pela associação que a senhora preside, a UNENFA e o confronto entre os
representantes das associações e membros do Ministério da Defesa, já citado na
pergunta acima. Não poderíamos deixar de mencionar, algo de enorme
significância, a enorme movimentação nas redes sociais. Só a senhora tem mais
de 5 mil seguidores em sua rede, isso é incrível. A Revista Sociedade Militar
tem mais de 10 mil colaboradores na Fanpage e obtém, só na Revista Online, em
média de 350 mil visualizações de artigos mensalmente. Outros sites como
Montedo.com também tem um público gigantesco, e cada vez mais exigente, o que
mostra que as coisas estão mudando. A família militar está cada vez mais ativa,
politizada e ávida por informações detalhadas sobre o que ocorre na política.
Questões: - O que a senhora acha dessas mudanças,
de disso tudo que está acontecendo?
Ivone Luzardo – Olha, isso é ótimo! Em minha
opinião, esse hiato ocorreu porque o Alto Comando das FFAA perdeu o poder de
negociar junto ao Executivo e fez questão de afastar os militares da política
por muito anos, o único viés que pode nos dar respostas satisfatórias aos
pleitos almejados. Não condeno! Mas também não aceito tanta inércia. Cada
momento da história exigiu uma ação. No nosso DNA está a disciplina e acreditar
em nossos comandantes é sinal de espírito de corpo, atributos que fazem a
diferença em nosso favor. O que ocorre é que temos que jogar o jogo e nos
enquadrar as novas conjecturas. Ou seja, temos que ter representação política!
Vide o exemplo acima. Acredito em nossa capacidade de organização. Acredito,
agora que saímos da inércia, vamos fazer a diferença. Tenho muito orgulho de ser
pioneira nisso tudo. Tenho planos grandes. Ponto pacífico é a criação do nosso
partido com diretórios em todos os Estados. Outro ponto é a valorização da
mídia que tem nossos princípios, que fale para o nosso público, o que tem
ganhado corpo na nossa querida Revista Sociedade Militar e outras citadas nessa
entrevista. Acredito que podemos dar os rumos certos para esse país!
- A senhora acredita que esse é o momento, que em
2014 iniciaremos a formação de nossa bancada parlamentar?
Ivone Luzardo – Certamente já demos um grande
passo, mas insisto: temos que nos organizar! Não podemos dividir votação e não
entrar ninguém. É concentrar meios no ataque principal!
Revista Sociedade militar – Candidata, é sabido que deputados
federais e senadores não podem propor reajustes salariais para os militares.
Por força de lei isso é prerrogativa do Executivo, o que concorre para tornar o
deputado federal uma nulidade no que diz respeito à maior carência dos membros
das Forças Armadas. Se não for audacioso e articulador o parlamentar corre o
risco de ser um mero expectador que não pode ajudar a categoria que o elegeu.
Nesse quesito entende-se que a quantidade de deputados, federais, estaduais e
distritais, fará grande diferença, pois somente assim haverá possibilidade de
pressionar o executivo, inclusive com o uso da força política para a
mobilização da sociedade militar nos estados e Distrito Federal.
A senhora inegavelmente é uma das grandes
articuladoras da família militar. Candidata, percebe-se muito interesse dos
militares e familiares em participar ativamente desse pleito. A senhora
acredita que nos próximos anos, com a presença de políticos militares nos
estados e em Brasília, a situação dos militares vai mudar para melhor?
Ivone Luzardo – Sim, por tudo que foi dito
anteriormente. É muito diferente você ter uma manifestação sem apoio de figuras
do legislativo. Veja a audiência que conseguimos no Ministério da
Defesa. Se não fosse o apoio do senador Paulo Paim, que promoveu duas
audiências públicas, permitindo ecoar nosso grito de socorro, não teríamos
efetividades nas discursões de nossos pleitos. Lembrando aqui de um detalhe
dito pelo próprio Senador, de que o Dr. Ari Matos, só iria nos receber porque
ele, o Senador, se faria presente. Isso me indigna muito! Eu não estou aqui para
pedir favor a ninguém. Eles têm obrigação de fazer porque são pagos pra isso e
com o dinheiro dos nossos pesados impostos. O Deputado Izalci Lucas, aqui do
Distrito Federal, somou significativamente conosco ao propor a criação de uma
Subcomissão Especial, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional,que
tem como objetivo acompanhar a política salarial dos militares da ativa e da
reserva.Porém, é preciso fortalecer essa comissão com um número expressivo de
deputados e senadores.Para tanto, há sim necessidade de construirmos um grande
projeto rumo a 2018. Iniciaremos agora como Deputada Distrital que requer um
número menor de votos. Executaremos um excelente mandato com ética e muita
transparência para, em 2016, já apoiarmos às candidaturas dos nossosrepresentantes.Futuramente,
em 2018,teremos uma bancada mais forte. Com os parlamentares militares a ajuda
será efetiva. Não terá tom de favor e sim de obrigação. Cabe dizer que temos
muitas áreas para trabalhar, tais como: auxílio moradia, aumento na cubagem de
transferência, reajuste do salário família (digno), incentivo na multiplicação
e investimento nos Colégios Militares e muitos outros que contribuem para o
salário indireto. O salário indireto (benefícios de toda ordem) são muito mais
fácil de emplacar. Trabalho esse que prosseguirá lado a lado com a reposição
das perdas salariais.
Revista Sociedade militar – Candidata, quais serão
suas principais bandeiras?
Ivone
Luzardo – Acabei adiantando algumas na pergunta anterior, mas, fora as descritas
anteriormente, são:
1)Articular
e defender os interesses dos profissionais Militares das Forças
Armadas/Auxiliares junto ao Congresso e outros órgãos públicos, tais como:
-recuperação
de perdas salariais;
-tratativas
da MP 2215-10;
-o
pagamento integral da diferença remuneratória dos 28.86%;
-a
reestruturação do plano de carreira;
-a
defesa das pensionistas de militares cujos processos se encontram
tramitando no TCU sem a devida celeridade; e muitos outros.
2)Efetivar
a Bancada Militar no Congresso Nacional em 2018, apoiando candidaturas em 2016
e 2018 de Militares e familiares comprometidos.
3)
colocar em prática o projeto “Segurança ao Cidadão = Respeito e Valorização
Profissional aos Militares das Forças Armadas/Auxiliares do Brasil”.
4) e
outras na área de atuação do Deputado Distrital aqui no DF, tais como: Valorização das carreiras
no setor de segurança do DF: PM, Bombeiro e Polícia Civil, efetivar o Projeto:
“Eu quero morar no DF” que promoverá a venda de menor fração de terras
públicas, com infraestrutura e preços populares, e muitos outros.
Além das
bandeiras acima descritas tenho compromisso com a economicidade da gestão
pública, a ampliação e melhoria do sistema de saúde e a redução de carga
tributária distrital.
Revista Sociedade militar – Candidata, Em um
de seus cartazes se lê: “A mulher do Panelaço, princípios e valores
inegociáveis”. Quais são esses princípios e valores?
Ivone Luzardo – Eu represento os militares e seus
princípios e valores. Eles são inegociáveis. Não foi atoa que me apaixonei por
essa classe. A retidão do caráter, a correção de atitudes, o interesse coletivo
acima do individual, o compromisso com a verdade, a lealdade, a transparência e
o Brasil acima de tudo por fim, são os princípios e valores que nos diferem da
classe política atual. Por isso, queremos apresentar uma nova política.
Revista Sociedade militar – Candidata, esteja a
vontade para fazem mais alguma colocação.
Ivone Luzardo – Nesse meio você tem que estar sempre
lembrando quem você representa. Eu represento o esteio desta nação. Represento
quem segurou firme os caminhos brasileiros quando, na nossa história, algo
decisivo poderia nos levar para o abismo. Quando, na independência, várias
revoltas queriam pulverizar a unidade brasileira, Caxias assegurou a
integridade nacional. Quando na Guerra do Paraguai iríamos perder importante
parte da região Sul, as FFAA agiram com destemor. Quando, na criação da
República, outras tantas revoltas quiseram fatiar o território brasileiro, lá
estávamos também. Quando quiseram instaurar, a força, o falido regime
Comunista, impedimos de igual maneira. Quando os compromissos internacionais
puseram à prova a credibilidade brasileira (Missões de Paz, pacificação de
comunidades para os grandes eventos, os grandes eventos propriamente ditos),
foram os militares que tiveram a frente. Eu represento a classe que mesmo
sendo achincalhada por alguns setores da sociedade sempre serviu e sempre servirá,
verdadeiramente, ao BRASIL sem nem mesmo Dele esperar compreensão. Deus quando
criou este país deve ter dito: “Vou te dar um guardião e eles se chamarão
MILITARES”!
MILITARES, eu conheço os seus
feitos e as suas histórias, sei o que passam, bem como suas famílias, não de
ouvir falar. Mas de sentir e de vivenciar. Sinto o mesmo remoer ao ouvir as
fétidas e repugnantes vozes da Comissão da Palhaçada (verdade) ao acusarem
nossos heróis de salvarem esta nação. Estou e sempre
estive com vocês sem nunca auferir lucro em meu ativismo! Fiz tudo com muito
amor e idealismo e espero que vocês estejam comigo também no próximo dia 5 de
outubro para mais um grande panelaço!