28 de julho de 2014

Fragilidade na GESTÃO de BOLSAS do GOVERNO é revelada por escândalo conjugal-político no Rio de Janeiro. Contrato de 9,6 milhões colocado em cheque.





A imprensa está se focando na questão conjugal e da propina recebida. Contudo, mais do que isso, percebe-se aí a fragilidade na gestão das bolsas assistencialistas do governo, que deixadas sob administração local dá oportunidade aos governantes de usá-las em proveito próprio, seja com fins eleitoreiros ou simplesmente financeiros.
Numa conversa tensa com sua ex-esposa, há dois anos, o deputado federal Rodrigo Bethlem, do PMDB do Rio de Janeiro, que é filho da atriz Maria Zilda, discutia detalhes do divórcio dos dois, entre eles estava o valor a ser pago como pensão.  O deputado Bethlem pedira licença da Câmara dos Deputados, naquele mesmo ano, para servir à prefeitura, assumiria como  secretário municipal de Assistência Social.
A discussão se estendeu horas na casa de Vanessa, num luxuoso condomínio da Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Isso tudo poderia ser apenas mais uma briga de casal, sem interesse público, se não fossem as revelações comprometedoras que Bethlem fez a Vanessa.
O deputado revelou que embolsava dezenas de milhares de reais mensalmente, além de seu salário como secretário. Na conversa, ele sugere que se tratava de propina oriunda de contratos da Secretaria, incluindo um convênio para cadastrar beneficiários do Programa Bolsa Família.
Bethlem foi eleito para ocupar vaga no Congresso, onde seus eleitores esperavam que permanecesse até o fim do mandato. O político resolve abandonar o cargo no Congresso e assumir cargo na Prefeitura do Rio, como secretário municipal, mas continuava recebendo salário do Congresso Nacional.
Agora o segundo ponto. Que deveria gerar uma investigação em nível nacional sobre a gestão dos programas assistencialistas.  
A revista ÉPOCA em artigo sobre o caso, publicou que na conversa com sua ex-esposa, Bethlem teria dito sua “principal fonte de renda” seria dinheiro proveniente de um dos contratos da Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro. Tratava-se de um convênio para cadastrar famílias de baixa renda e criar um banco de dados com nomes e endereço de pessoas com direito a inclusão em programas sociais, como o Bolsa Família. Segundo as gravações, o deputado receberia mesada, de 15 mil reais, até da empresa que fornece a alimentação para a ONG que executa o serviço de cadastramento.
A revista fez uma pesquisa em contratos da Secretaria na gestão Bethlem. Com dispensa de licitação e pelo período de sete meses, o secretário Bethlem contratou, em agosto de 2011, a ONG Casa Espírita Tesloo, para cadastrar famílias de baixa renda, pelo valor de R$ 9,68 milhões. Comandada pelo major reformado da Polícia Militar Sérgio Pereira de Magalhães, a Tesloo já é alvo de diversas investigações sobre desvio de dinheiro em convênios com a prefeitura, incluindo o assinado por Bethlem,  hoje em análise no Tribunal de Contas do município.
Uma auditoria em nível nacional seria importante, para deixar bem claro à sociedade que os programas assistencialistas em todo o país não estão sob controle de ONGs destituídas do mínimo de honestidade e independência para gerir programas que envolvem bilhões de reais que saem dos bolsos dos contribuintes. Em nosso país a corrupção tem seus tentáculos infiltrados em inúmeras instituições, ONGs e órgãos públicos, por isso talvez fosse interessante que se fizesse o que recentemente fez a Cruz Vermelha, que contrate-se uma empresa internacional para realizar uma grande auditoria nesses programas assistencialistas, que muitos cidadão consideram como eleitoreiros.
Isso é muito grave, além dos próprios programas estarem, segundo revela a reportagem de época, sob administração de entidades que pagam propinas /subornos / mesadas para obter contratos com o governos, os próprios beneficiários estão em situação de fragilidade, tendo seus dados particulares, como CPF, filiação e endereço nas mãos de entidades que, segundo as denúncias, seriam ilícitas. Quem garante que entidades desse tipo, capazes de pagar propina para obter contratos, não fariam ligações telefônicas para idosos propondo empréstimos consignados, citando dados que já teriam em mãos para garantir sua suposta idoneidade?
O deputado em questão, Rodrigo Bethlem é candidato a re-eleição pelo PMDB carioca.

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