10 de novembro de 2014

Generais da rede e a nova batalha travada.
Desde as vésperas do cinqüentenário da contra-revolução de 31 de março de 1964 que as redes sociais brasileiras deixaram de ser um antro de fofocas sobre namoricos e moda, para se tornar o principal ponto de discussão e formação de tendências políticas do país. Alguns diriam que isso ocorreu no rastro do que chamou-se, precipitadamente, de primavera árabe. Outros não.
Depois que a CNV iniciou o andamento no projeto esquerdista de reescrever a história recente do país, tentando de todas as maneiras tornar heróis em vilões e vice versa, percebeu-se uma mudança interessante no ethos militar. Há algum tempo a maioria dos militares, salvo alguns poucos protagonistas de grandes momentos da historia, passava toda sua vida na obscuridade. Serviam o seu país na ativa e depois de transferidos para a reserva guardavam para si todo o conhecimento adquirido nas escolas militares e anos de experiência pelos vários rincões do país. Nesse início de século XXI observa-se algo interessante,  muitos militares da reserva, oficiais, sargentos etc., depois de transferidos para a reserva, tem mostrado intensa produção intelectual, e mais do que sair da obscuridade, tem se tornado protagonistas e “gurus” da nova oposição que se levanta no país.
Usando a internet como principal canal de comunicação eles têm se tornando líderes de contingentes bem maiores do que aqueles que comandaram durante seu período na ativa.
Os militares que foram para a reserva nos últimos anos, assistiram, como jovens adultos, a criação e desenvolvimento da grande rede e tem sabido aliar seu natural pendor estratégico com as ferramentas de largo alcance que a rede mundial oferece.
O general Paulo Chagas, atual presidente do Ternuma (Grupo Terrorismo Nunca Mais), é um caso clássico do que chamaremos aqui de general da rede. Enquanto na ativa, como não poderia ser diferente, o general era pouco conhecido dos civis. Porém, já na reserva um dos primeiros textos do general, “distribuído” em 2011 por Ricardo Setti, foi lido por milhares de pessoas. O texto versava sobre a aplicação de tropas federais no combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro. O General disse bem claramente que as forças armadas não poderiam ser usadas como paliativo, como “solução” provisória. Para ele era necessário subjugar completamente o inimigo, como se faz em uma guerra. Para que não houvesse chance alguma de rearticulação dessas forças de oposição.
Veja: Se fazer a guerra é uma decisão e uma ação essencialmente política e considerando apenas a natureza hipócrita, interesseira e covarde dos políticos brasileiros, esta guerra está perdida! A ação da polícia e do Exército no Rio de Janeiro não é “pacificadora”, porquanto não consegue impor-se aos bandidos, e sim “negociadora”, porque terá sempre que ceder algo antes de obter, em parte, o que precisa conquistar! (...)   há que se identificar com clareza e precisão os objetivos a serem conquistados e os meios a serem empregados para fazê-lo, aí incluídos os equipamentos e as estratégias convenientes para vencer e estabelecer a paz em bases definitivas e claramente dominadas pelo vencedor... Para negociar a paz, ou “pacificar” em bases sólidas, definitivas, é preciso, antes de mais nada, subjugar, derrotar e, se necessário, destruir o inimigo e destituir do poder todos os seus aliados, aí incluídos os dirigentes políticos, covardes, enganadores e oportunistas que, mais cedo ou mais tarde, criarão condições para desmoralizar ou corromper as forças vitoriosas! (...)
O General estava certo. Três anos depois percebe-se que a “pacificação” não deu certo. Muito pelo contrário, o efeito foi devastador. A criminalidade se descentralizou, se ampliou, se estabelecendo em locais do Rio antes vistos como tranqüilos, como Niterói e Cabo Frio.
De lá pra cá Paulo Chagas se tornou bastante conhecido na internet, principalmente por quem se interessa por política, direita, comunismo e Comissão da Verdade. O militar tem em sua rede social mais de 4 mil seguidores assíduos. Um dos seus textos mais polêmicos foi batizado de Na causa da democracia, quem está dispensado?. Só na Revista Sociedade Militar o material foi compartilhado por 18 mil leitores. Pela média da rede, cerca de 200 seguidores por pessoa, o texto chegou a pelo menos 3 milhões e 600 mil pessoas. O material pode ser considerado uma espécie de “best seller” da rede brasileira. O texto foi criticado por alguns, mais sensíveis, como conspiracionista. Disseram que foi um incitamento a um novo GOLPE MILITAR. 
Veja um extrato do texto: A opinião pública está dispersa, contudo não é difícil identificar o que rejeita. Também não é fácil definir com quem está e o que quer. Falta-lhe um "norte confiável". As pessoas de bem, informadas, estão com medo do futuro, acuadas até para reagir e para manifestarem-se pacificamente. Não basta, portanto, pedir uma atitude dos militares, é preciso que os civis esclarecidos e convencidos do perigo ostentem massivamente suas posições e opiniões e que contribuam para magnetizar a agulha que definirá o novo rumo a ser tomado.
O que se observa é que a maneira concisa e clara de escrever, aliada a um conteúdo que preenche perfeitamente o vácuo teórico que há na sociedade que aos poucos se re-organiza com o objetivo de endireitar os rumos do país, acaba por conquistar seguidores e realmente formar opinião e tendências que muitos seguem, ou tomam como base para ações.
Outro que tem se destacado como um grande “general da rede” é o general Marco Felício, que elaborou o documento chamado Alerta à Nação. Eles que venham, por aqui não passarão, que apesar de boicotado pela grande mídia, incomoda bastante o governo e comandantes militares, na medida em que acusa a Presidente da República de revanchista.  Veja: ... manifesto supracitado que reconhece na aprovação da “Comissão da Verdade”  ato inconseqüente de revanchismo explícito e de afronta à lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo.
O documento de Marco Felício foi endossado por centenas de oficiais generais, e outros tantos militares da reserva das forças armadas, polícias e bombeiros. O manifesto também foi assinado por civis. Seria de se esperar que o documento fosse encarado como algo extremamente importante, na medida em que os oficiais generais da reserva, que tem liberdade para se expressar , normalmente funcionam como porta-vozes da opinião da tropa na ativa.
Marco Felício se tornou um militar conhecido nacionalmente e arriscou se candidatar a deputado federal nas eleições de 2014, pelo estado de Minas Gerais, infelizmente não foi eleito.
Entre outros militares formadores de opinião que sabem utilizar a rede com maestria, destacamos o Coronel Gobbo e o General Heleno.
É indubitável que todos contribuem sensivelmente para formar uma massa crítica que propicia uma discussão mais produtiva das questões atuais.  
Uma nova batalha travada.
Como se não bastasse o árduo papel de orientador nessa árdua jornada para a construção de uma oposição verdadeiramente fundamentada, os teóricos da rede literalmente lutam agora, curiosamente, para aplacar os ânimos de um grupo que tem insistido em uma reação precipitada por parte dos militares contra uma espécie de “ditadura inrustida” que estaria em curso no país.
Tempo e esforço, que poderiam ser aplicados em ações no sentido de combater o projeto totalitário em curso, acabam por ser despendidos nessa pendengas que poderiam ser evitadas apenas com um pouco mais de maturidade.  
Paulo Chagas chegou a publicar mensagem em vídeo para desestimular esse grupo, que tem alguns componentes mais radicais, dignos de ser taxados como de extrema-direita ou mesmo fascistas. Esse talvez seja o outro lado da rede em formação, onde se faz apologia ao crime, à reação armada e à imposição de uma idéia que não é majoritária entre aqueles que se opõem ao atual re-governo. Se entre a esquerda há radicais, capazes de atear fogo em automóveis e depredar patrimônio alheio, entre a direita, ainda incipiente, já percebe-se arroubos do mesmo extremismo. Estes acabam por fornecer combustível para ataques mortais da esquerda. Cabe sim aos formadores de opinião aparar essas arestas ainda na gênese. Para atestar a veracidade dessas colocações, vejam algumas imagens colhidas no twiter. Ocultamos o autor porque não vem ao caso expô-lo, qualquer um mais interessado nisso pode identificá-lo na busca de rede social digitando seus textos.





O general Paulo Chagas diz em sua mensagem de vídeo.
Julgo que estamos ainda longe desse tipo de ameaça, particularmente agora, quando após o último pleito eleitoral as forças liberais, a despeito de não terem vencido a disputa, deixaram muito claro par ao Brasil e para o mundo que tem capacidade e vontade para reverter o quadro político vigente. A rejeição e a contraposição ao projeto de poder total em curso no Brasil devem ser feitos pelo emprego prioritário dos argumentos e da exigência feita às autoridades e aos representantes da oposição no Congresso de que haja investigação e comprovação dos malfeitos que empobrecem a nação e que querem submetê-la aos propósitos do Foro de São Paulo, inspirados no modelo castrador, incompetente e ultrapassado pelo qual a família Castro distribui a pobreza e aprisiona a liberdade ma ilha de Cuba. Nenhuma ditadura serve para o Brasil. Vivemos portanto, empenhados pela preservação dos princípios liberais da democracia brasileira, de forma a impedir que aqui se instale o regime obscuro que já se instalou em alguns de nossos vizinhos.
Olavo de Carvalho, Lobão e Reinaldo Azevedo são outros que tem dedicado algum tempo em aparar esses arroubos de autoritarismo que já surgem em meio à sociedade que se levantou para mudar o curso dos acontecimentos.
Veja aqui o texto CONSEQUENCIAS DE UMA INTERVENÇÃO MILITAR.

Robson A.D.Silva.

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