7 de dezembro de 2014

Intervencionistas

Lobão os chama de cretinos de extrema direita, Reinaldo Azevedo, da Veja, diz que são aliados do PT e estúpidos. Felipe Moura, também da Veja, diz que são sabotadores infiltrados. A esquerda não é tão mansa, chamam os intervencionistas de fascistas, nazistas, loucos e coisas piores.
Normalmente as acusações que partem de esquerdistas, ainda que quase sempre deturpadas, se baseiam em alguma deixa de direitistas.

Exemplos.
Uma manifestação de indignação não é momento de brincadeirinhas, palhaçada ou qualquer ludicidade. Quem vai para as ruas em pleno sábado o faz por que acredita que pode mudar algo no país ao manifestar seu repúdio. Como pode-se então tolerar gente fantasiada de militar prestando continências para fotógrafos? Como não chamá-los de loucos? Isso é ceder território para o inimigo.


O senhor X, que é presidente de um dos diretórios de um partido que se diz de direita, ainda em fase de legalização, tem páginas no facebook com nomes sugestivos, como Grupo de Operações, onde pede doações para alugar carros de som e transportar representantes das Forças Armadas (As FA se fizeram representar na Paulista !).

X usa as redes sociais para defender veementemente a intervenção militar, e espalha várias postagens instigando o uso da violência. O Ele usa frases como: “Morte aos comunistas, morte a Jean Willys, intervenção já, liberdade ou morte”.  Em vídeo publicado no youtube, X diz que tem informantes dentro das Forças Armadas, coronéis, segundo ele, que lhe dão a entender que os militares simpatizam com os pedidos de intervenção e só aguardam a oportunidade. X também diz que devemos declarar guerra contra países vizinhos e inclusive tomar seu território. Quando se dirige a esquerdistas ou a qualquer um que discorde de sua fissura por derrubar a esquerda por meio das armas, X é rigoroso, e usa e abusa de termos chulos. X é um dos que justificam a acusações de radicalismo e extrema direita dirigidas aos intervencionistas. Isso é ceder território para o inimigo. Com gente dessa estirpe em seus quadros, a direita não precisa de inimigos. Veja abaixo:




Sabemos que há muita gente que acredita que os militares podem intervir no país e retirar políticos corruptos de seus cargos, não matando-os da maneira que é sugerida acima, mas julgando-os de forma legal. Muitos dos intervencionistas citam os anos 70 como os melhores anos de suas vidas. Um período de paz, crescimento etc. Mas, já se passaram 50 anos, a esquerda não está preparando uma revolução armada, como foi o caso no passado. Eles ocuparam o poder de forma democrática, então a resposta tem de ser também democrática.
Querem mudar as coisas? Invistam seu tempo e dinheiro nisso. Quem é capaz de fazer doações para a criação de instituições e partidos de direita? No Brasil poucos tem coragem de meter a mão no bolso para alavancar suas aspirações de um futuro melhor. Façam outdoors esclarecendo a população, paguem comerciais de TV denunciando táticas grancistas, comprem livros sérios e distribuam para amigos etc. E lembrem-se, uma mudança do jeito que se pretende não acontece instantaneamente, é um processo lento.
As alegações de intervencionistas supostamente se baseiam na CF1988. Mas, não é e nunca será função constitucional das Forças Armadas virar a mesa, quebrar a ordem democrática. É justamente o contrário. Dizer que isso foi feito na Tailândia e que, portanto, caberia ainda agir de forma similar aqui, em pleno séc. XXI. É um grande equívoco. Na Tailândia a Primeira Ministra foi julgada e condenada, sem a intromissão dos militares. Os militares interviram,  apesar dos pedidos da população, bem depois. Apenas para garantir a normalidade no país.
Aécio convocou a população, mas não apareceu. Sim, é verdade. Mas já era de se esperar. Qualquer um que tem acompanhado esse movimento podia prever que na manifestação desse sábado haveria confusão. Lobão resolveu ainda ir, mesmo meio desconfiado. Parece que se arrependeu bastante.
Deve-se a todo custo buscar uma oposição racional, sem extremismos de qualquer tipo. Há sim amparo legal para um processo de impeachment, e se for constatado que Dilma ou qualquer outro político ainda em exercício de mandato, participou de esquemas de corrupção, a população pode pleitear sim sua deposição. Instituições como polícias e Forças Armadas estão presentes para dissuadir qualquer um que cogite descumprir a lei. O Brasil não chegou, e esperamos que não chegue, a um estado em que há necessidade de quebrar a ordem democrática, grande prova disso é a liberdade para estar nas ruas se manifestando e pedindo qualquer coisa que se deseje.



Como já dissemos aqui. Qualquer um tem o direito de pedir o que quiser. Ainda vivemos em um país livre. Podemos dizer que repudiamos o PT pedindo um anjo justiceiro com espada de fogo, marcianos, Enry Christi e o que mais nossa imaginação inventar. Todos entenderão que, mesmo divagando entre o possível e o impossível, estamos insatisfeitos com o governo atual. Mas, nunca podemos instigar a violência, atrapalhar manifestações alheias com nossos megafones e carros de som, ou usar de qualquer outro subterfúgio para atrasar um processo democrático que está em franco crescimento.
Um aviso. A história recente mostra que a sociedade que vai para as ruas não depende de carros de som e de organizadores para alcançar seus objetivos. A presença de vários caminhões de som e até megafones, não mostra organização ou coesão. Ao contrário, mostra que há várias pessoas tentando manipular a sociedade, e conseqüentemente, suas demandas.

Esperamos que a confusão que aconteceu ontem seja a última lição, e que os diversos grupos que saíram da rede para as ruas entrem em um acordo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os militares no passado foram manipulados pelos EUA que incitou e financiou a tomada do poder de forma ilegal. A guerra fria acabou e o Brasil vive numa democracia. Qualquer tentativa de golpe militar será reprimida de forme veemente e extremamente violenta pelo povo, com a instalação de uma guerra se for necessário. Militares no poder através de golpe é inconcebível e inadmissível. A elite econômica que se locupletou no período da ditadura não consegue viver e conviver numa democracia e são esses que se manifestam exigindo a volta dos militares no poder. Uma minoria que não representa o povo brasileiro, muito pelo contrário. Os militares que nem pensem numa coisa dessas.